O atual modelo de uso do monte favorece o abandono do rural

Segundo os dados da Asociación Forestal de Galicia (AFG) em 2022 os proprietários florestais na Galiza vendérom madeira por importe duns 348 milhons de euros. Um notável incremento em comparaçom com os 291,8 milhons de euros de 2021, que a sua vez já fora 29% mais elevada que a do ano anterior. A suba dos preços da madeira explica em boa medida esse incremento, dando também lugar a um crescimento das cortas. A AFG elabora estas estimaçons a partir dos dados de cortas publicados pola Conselharia do Meio Rural. Os aproveitamentos madeireiros em montes de gestom privada em 2022 ascendérom na Galiza a 10,7 milhons de metros cúbicos, aos que haveria que sumar-lhe 0,26 milhons m3 em superfícies geridas pola Xunta, para ter o volume total de aproveitamentos madeireiros na Galiza: algo mais de 11 milhons m3. Como é sabido Galiza representa umha parte muito importante do total de cortas do Estado, mais da metade, fundamentalmente porque fornece a grande maioria do eucalipto cortado. As cortas de madeira concentram-se na metade septentrional da Galiza. Como é fácil imaginar estas cortas realizam-se na sua maioria em concelhos rurais. Isto faria pensar que os ingressos gerados pola venda de madeira também beneficiam especialmente às pessoas residentes no rural. Porém, os dados do Instituto Galego de Estatística (IGE) permitem-nos ver que a magnitude destas receitas que acaba em maos de proprietários que viven no rural é menor do que poderiamos pensar. Quando o solicitante da corta é umha pessoa física o IGE proporciona-nos dados do volume de cortas atendendo ao lugar de residência desta. As pessoas físicas representam perto das três quartas partes do volume total de cortas. Pois bem, umha parte importante das pessoas que solicitam estas cortas nom residem no concelho no que se tallam as árvores, mas em concelhos urbanos. Do rural ao urbano Na Corunha cortárom-se menos de 6.000 m3, mas as pessoas residentes solicitárom cortas de mais de 480.000 m3. Em Lugo cortárom-se 139.000 m3, mas as solicitudes das residentes em Lugo sumárom mais de 464.000 m3. As tallas das residentes em Compostela fórom de 281.000 m3, quando nesse município se cortárom menos de 94.000. Estes som os três concelhos que se colocariam à cabeça atendendo ao volume de cortas segundo o lugar de residência. O volume de madeira das cortas dos residentes nestas sete cidades multiplicam por mais de cinco ao volume das tallas realizadas no seu território Se colhemos as setes cidades galegas, o volume de madeira das cortas dos residentes nestas urbes multiplicam por mais de cinco o volume das tallas realizadas no seu território. Mais de 1,5 milhons de m3 dos residentes frente a apenas 293.000 cortados no interior dos seus limites. Se consideramos que esta madeira tivo o mesmo preço de venda que a média galega, estariamos falando duns ingressos de mais de 49 milhons de euros em 2022, dos que 9,3 (menos dumha quinta parte) tivérom como origem a madeira produzida no seu próprio território. Lugo e Compostela, suavizam algo esta imagem polo importante volume de cortas no seu interior. Nas outras cinco cidades, a relaçom é de 12 hectares de cortas solicitadas polos residentes por cada hectare tallada no concelho. Poderiamos estender esta análise a muitos outros concelhos com um grau de urbanizaçom alto. O volume de cortas das residentes em Betanços multiplicárom por 6,3 as realizadas nesse concelho; em Oleiros por 4,8; em Narom por 3,7. No outro extremo os vinte concelhos nos que a diferença entres cortas na sua superfície do seu território e as cortas de residentes é maior. As tallas na superfície destes concelhos superam em 790.000 metros cúbicos às solicitadas polos seus respetivos residentes, 44% dos 1,8 milhons de m3 cortados nestes concelhos. Considerando o preço médio galego nesse ano estamos falando de 25,65 milhons de euros, com origem nestes concelhos rurais, classificados todos eles como pouco povoados polo IGE, e que saim cara residentes doutras zonas. Poderíamos seguir citando exemplos. Mostra de como umha produçom realizada no rural galego gera um fluxo de receitas que vai cara o urbano porque a sua contribuiçom à fixaçom de populaçom nas zonas de produçom é relativamente escassa. O modelo de aproveitamento do monte que se consolidou no nosso país baixo o impulso da administraçom e a indústria, a diferença de outras alternativas, requer um volume de trabalho muito reduzido por unidade de superfície. Ademais é de carácter pontual. Deste jeito a extensom da superfície florestal favorece a extraçom dumha renda cara residentes em zonas urbanas e vai da mao muitas vezes do abandono do rural.