A Fondo achega-se ao cerne comum da lusofonia

Capa do A Fondo dedicado à Lusofonía
O interesse pela relação com os países da Lusofonia e pelas possibilidades que oferece para a Galiza está na origem do A Fondo que Sermos Galiza publica neste número 36, já nos quiosques.

 

Coordenado por Néstor Rego em parceria com a AGAL, o sexto A Fondo do semanário Sermos Galiza achega-nos as vantagens que a lusofonia abre para o nosso País. “Não devemos deixar de valorizar os efeitos positivos que uma tal integração suporia do ponto de vista politico” diz Néstor Rego no artigo inicial que adianta os objetivos e a conveniência do caderno, o primeiro dos três que o jornal publicará.

Focado no cerne cultural comum esta primeira entrega arredor da lusofonia o A Fondo oferece dois artigos que percorrem diversos pontos de encontro através da língua. Maria José Castelo Lestom defende a filosofia da Iniciativa Paz Andrade, da que é uma das promotoras, no artigo “Sermos galego”. Nele, afirma que “parecemos oferecidos a não querer aproveitar esta vantagem que nos simplifica o caminho no mundo económico”. “Horizontes culturais para uma Galiza lusófona” é como intitula a economista e sócia-diretora da empresa FAZ Cultura e Desenvolvimento, Maite Vence, o  artigo em que defende que a Lusofonia implica “uma oportunidade única e talvez seja agora o momento crucial para a aproveitarmos”.

    “Após 30 anos talvez seja o momento de procurar pontos de encontro” diz Penas

As co-diretoras de Através Editora, Marta Macias e Xemma Fernández achegam-nos às possibilidades que a pertença a uma língua comum tem para um mundo editorial que atravessa uma singular crise.

Uma entrevista com o presidente da AGAL, Miguel R. Penas aprofunda no estado do reintegracionismo na Galiza e deixa á vista a necessidade de reformular a situação da focagem para construir um padrão moderno para o galego. “Após 30 anos talvez seja o momento de procurar pontos de encontro” diz Penas. Contra esta vontade de acordo, apresenta-se também a realidade histórica com dados que deixam à vista o interesse por parte do Estado espanhol e dos governos galegos submissos a Madrid em malograr aquelas iniciativas que partem de organizações ou instituições sociais e políticas que representam a Galiza mais consciente.

    Néstor Rego: “Pensemos nas possibilidades que abre um maior relacionamento com o mundo lusófono"

O caderno completa-se com quatro entrevistas a quatro pessoas que têm muito a dizer na experiência lusófona já que fizeram da música um espaço comum e partilhado. Aline Frazão de Angola, Sérgio Tannus de Brasil, Fran Pérez “Narf” e Uxia da Galiza explicam com as suas próprias trajetórias o encontro musical através da língua.

“Pensemos nas possibilidades que abre um maior relacionamento com o mundo lusófono. Possibilidades para a língua, para a cultura, para a economia, para a causa da liberdade da Galiza. Pensemos nas oportunidades que abre dominarmos e usarmos o padrão internacional da nossa língua. Pensemos e atuemos em consequência. Eliminar as alfândegas mentais depende de nós própri@s” sinala Néstor Rego, coordenador do A Fondo.