A emigração em Portugal cresceu o 85% de 2010 a 2011

Protesta estudantil en Portugal
De 2010 a 2011 os dados falam de um relevante aumento da emigração em Portugal que teria crescido um 85%, registando-se uma maior saída do pais em jovens de 25 a 29 anos.

Um 85% aumentou a saída de pessoas de Portugal de 2010 a 2011, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística sobre emigração. Em 2011 teriam atravessado as fronteiras do país 43.998 pessoas, mais 20.238 que em 2010, ano em que 23.760 emigraram. Dá-se, pelo tanto, um incremento do 85%.

A faixa etária maior nas pessoas que emigram é de entre 25 e 29 anos, com 5.876 pessoas. Nas pessoas emigrantes nesse 2011, 41.444 seriam de nacionalidade portuguesa e 1.633 estrangeira.

O primeiro ministro garantiu esta quinta feira que o governo português nunca aconselhou os portugueses a emigrarem. Em Outubro de 2011, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto aconselhava os jovens desempregados a “sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras”. Dois meses depois, Passos Coelho sugeria aos professores que emigrassem para os países de língua portuguesa.

Nesse sentido, o primeiro ministro português, Pedro Passos Coelho, viu-se na obriga de negar na sua recente visita ao consulado de Portugal em Paris que o seu governo tenha aconselhado a emigração a pesar de afirmar que não deve ser um "estigma".

O portal esquerda.net lembra que em Dezembro de 2011 Passos Coelho afirmou em o jornal Correio da Manhã, que os professores portugueses que ficaram sem emprego por causa das medidas deste governo, que aumentou o número de alunos por turma, podiam “olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa", ao se referir, em especial, à Angola e o Brasil. Dois meses antes, continua o esquerda.net, o secretário de Estado de Juventude incentivou os jovens desempregados a saírem do país. “Se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras”, defendeu Alexandre Miguel Mestre no fim de Outubro de 2011. O debate abre-se de novo diante do incremento dos dados da emigração tirados agora do Instituto Nacional de Estatística.