PRESIDENCIAIS 2016

Portugal elege Marcelo Rebelo em primeira volta

Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa, o candidato da direita, será presidente da República após superar o 50% dos sufrágios. Do escrutínio eleitoral surgiu uma outra vencedora, Marisa Martins, a do BE, que se consolida como terceira força no país.

 

Este domingo (24 de Janeiro) Portugal elegeu o que vai ser presidente da República durante os vindouros 5 anos. A candidatura que obteve mais apoios (2.410.130 votos, o 52% dos sufrágios) foi a de Marcelo Rebelo de Sousa, a aposta da direita (PSD/CDS), numa jornada eleitoral que deitou um altíssimo índice de abstenção, o 51%. 

Rebelo de Sousa passou dos platôs de televisão, nos que foi analista político, a ocupar o Paço de Belém. Como presidente, disse, quer manter-se "livre e isento". Uma imagem que procurou trasladar na própria jornada eleitoral na que não esteve acompanhado por nenhum dirigente das formações políticas que apoiaram a sua candidatura. 

Marcelo Rebelo apanhou mais do 50% dos votos, o que o tornou presidente de maneira directa

A decisão adoptada por menos da metade do povo português deixa os poderes da República de Portugal divididos entre a Assembleia Nacional e o governo --em mãos do PS com o apoio do BE e o PCP/Os Verdes-- e a presidência que volta mais uma vez (o presidente cessante era Cavaco Silva, do PSD) a estar sob o controlo da direita. "O presidente da República é o primeiro em querer que o governo governe com eficácia e com sucesso", assinalou Marcelo Rebelo, ao tempo que reclamou uma oposição "activa" e "representativa". 

O Bloco, terceira força

Porém, a noite eleitoral teve uma segunda ganhadora. A candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Martins (10,13%) ficou como terceira mais votada --só superada por Sampaio da Nóvoa (22,89%), apoiado por um setor do PS-- ultrapassando os apoios recompilados pela candidata oficial do PS, Maria de Belém (4,24%) e do PCP, Edgar Silva, (3,95%). Com 469.307 votos, Marisa Matias obteve semelhantes sufrágios do que o Bloco nas legislativas. A consolidação do Bloco confirma, disse a sua porta-voz parlamentar, Catarina Martins, mudou "o panorama político em Portugal". 

O BE assegura que "o panorama político em Portugal" mudou 

Porém, as forças da esquerda parlamentar não conseguiram forçar uma segunda volta: Rebelo de Sousa apanhou mais do 50% dos votos, o que o tornou presidente de maneira directa. 

“O objetivo central e fundamental era contribuir para a derrota do candidato PSD/CDS. A eleição estará garantida á primeira volta, esse resultado político estratégico e prioritário não foi alcançado”, disse o candidato do PCP, Edgar Silva. O partido comunista teve os piores resultados da sua historia. Apesar de todo, ressalvou Silva, "a história é feita de intermitências e não acaba esta noite".