Ainda nos queda Portugal

A forza do povo é uma referência reiterada, mas sem efectividade; nem o povo é o que mais ordena nem importa nada aos gobernantes elegidos por esse povo o que a este pode interesar.

A forza do povo é uma referência reiterada, mas sem efectividade; nem o povo é o que mais ordena nem importa nada aos gobernantes elegidos por esse povo o que a este pode interesar. Passamos de escoitar maioritariamente a este nosso povo o rejeitamente ás medidas restrictivas, aos recortes nos direitos económicos e políticos, aos despedimentos, á prepotencia dos gobernantes que nem escoitam nem explicam… e sem embargo as enquisas de voto para as próximas eleições galegas anunciam outra posivel maioria absoluta dessa direita que nos afoga. Sempre pensei que seria para eles a debacle.

É posivel que se todos os que participamos nas diversas manifestações pola lingua, polos recortes, polo ensino, pola sanidade, polo naval, polo leite, polo funcionariado… todos os que mostram a sua disconformidade com as medidas económicas e políticas que se tomam, todos os afectados pola política financieira do governo votasemos outra opção que não seja a direita governante, saise de novo esta direita para formar governo e darlhe patente para afondar no nosso empobrecimento? Qual é o nivel de consciencia do votante? Penso que podemos aceitar alguna proposta programática dubidosa ou o candidato do que não gostamos (ainda lembro quando numas eleições ao Parlamento europeio os inteligentes dirigentes do BNG naquela altura nos pugerom como candidato ao pepero Carlos Mella, a quem os disciplinados militantes acabamos votando com sentimento de asco) e sem embargo dar o voto polo do mal menor, mas no caso de que em poucos meses nos temos visto empobrecidos e despojados dos direitos sociais, sindicais e políticos adquiridos em base de longa e difícil luita, nom podo entender como co nosso voto podemos aprovar esta tolemia de poítica e como podemos animalos para seguir pola senda do despojo.

É triste, deprimente, escoitar ao presidente do governo central afirmar que não pode facer outra cousa ; lamentavel ver como incumple todas as suas promesas eleitorais e o seu proprio programa, com o que ganhou as eleições, e não dimite nem pede desculpas nem oferece alguma alternativa fronte ás voces de reputados economistas, inluso da ONU e do FMI, que dissem que essa senda dos recortes não é caminho para sair da crise. Não tem credibilidade, pois sempre que refire algo intocavel remata sendo atingido, lembremos o IVA o IRPF, as pensões, os direitos laborais, etc. Agora afirma de novo que tocar as pensões sería a última cousa que faría; mas de imediato a vicepresidente matizou que não se recortariam “por ahora”; fontes do governo aclaram que não é previsivel o recorte, que o previsivel é desligalas da inflação, o que suporia um recorte de entre o 2 e o 3% Em cualquera caso, com as pensões, o custo da dívida (juros) e o desemprego (que ja anda polo 25%) agota-se todo o esforzo em gasto, polo que, de persistir na actual política económica, resulta inevitavel agir nessas partidas. Mais ainda, temos exemplos proximos, agora que parece iminente o resgate ao estado (o bancario ja foi aprovado, ainda que não se recebiram os fundos), tanto Grecia como Irlanda e Portugal, paises resgatados, tiverom que aplicar importantes recortes ás pensões; para o pagamento aos pensionistas nos meses de julho e agosto o governo recurriu a 4.400 m. de euros do Fondo de Prevención y Rehabilitación, sem descartar facer uso do Fundo de Reserva da Seguridade Social no futuro.

E o povo nem manda nem, muto menos, ordena. Em Portugal ordenou na Revolução dos cravos. Das nossas protestam os politicos não é que as ignorem, é que incluso fam burla, como quando Rajoy em Soutomaior, inicio de curso político, ante a masiva protesta dos afectados com as “preferentes”, duramente reprimidos pola policia, afirmou que estavan alí os manifestantes porque sabiam que eles eram os que podian resolver seus problemas. Nestes tempos de aflicióm e de protestas generalizadas eu volvo a Torga e sua afirmação de que o portugués era um povo de revoltados muito pacíficos; mas ainda assim conseguem o que nos não conseguimos: ante a manifestação popular do 21.09 o governo portugues (de direitas) paralisou as medidas económicas anunciadas e vai-as reconsiderar. Os nossos gobernantes, pese ás protestas de todos os sectores, nao vejo que reconsiderarsem a possibilidade de revisar suas impopulares decisões. Bom, veremos como discurre a aparente recuada fronte ao órdago de Catalunya, única protesta que abala a contumacia do governo.

Não ensalzo a situação de Portugal; só destaco o feito de que ainda que o povo não ordene pelo menos é escoitado. Aquí nem nos escoitam porque som conscientes que a nossa revolta não passa de um falabarato. Eis tedes como ainda nos queda Portugal.