Da crise como estafa

O conflito laboral que recentemente vivirom as e os trabalhadores do Hostal dos Reis Católicos na cidade de Compostela permite tirar várias reflexons que deveriam nos fazer reparar nas noçons de crise e de estafa.

O conflito laboral que recentemente vivirom as e os trabalhadores do Hostal dos Reis Católicos na cidade de Compostela permite tirar várias reflexons que deveriam nos fazer reparar nas noçons de crise e de estafa. A primeira tem a ver com a recente imputaçom do alcaide Ángel Currás na operaçom chamada de Pokemon, apenas após nove meses de Ángel Espadas e do anterior alcaide da cidade, Conde Roa, terem de desaparecer da câmara municipal escândalo atrás doutro escândalo. Só num regime jurídico-político com baixo perfil democrático, herdeiro dumha ditadura depois da qual a velha oligarquia espanhola saiu indene, podemos entender que isto fosse apresentado como algo normal aos nossos vizinhos. Encontramo-nos, pois, ante umha estafa política.

Como consequência da crise econômica, um negócio como o Hostal incrementa os seus benefícios num 25% e, longe de contratar mais trabalhadores e trabalhadoras, desenha um ERE e apresenta um corte salarial que descumpre o convénio vigente, que com a reforma laboral de Rajoy na mam é algo assim como papel molhado. Mas nom deixa de representar os tempos que padecemos de forma permanente: enquanto umha maioria social reduz os seus recursos e padece em carne viva a piora da sua vida quotidiana a todos os níveis, um reduzido grupo de pessoas acrescenta os seus recursos privatizando o que é de todas e todos para, a seguir, gestioná-lo desde um cargo bem remunerado de assessoramento.

A crise nom é apenas um elemento que condiciona as economias desde fora. Enquanto umha maioria social tem de enfrentar um processo de empobrecimento coletivo, o qual é entendido como “americalatinizaçom” da Europa do sul, a mesma oligarquia de sempre acrescenta o seu poder e as suas contas correntes. Nestes tempos de confusom para a esquerda, e como assinalavam as companheiras da CUT na última greve geral nacional, é tempo de virar a pirâmide.