Nestes dias um sente que um povo é só um anaco de terra que aparece num testamento. Que é parte da propriedade dos terrões duma família de linhagem, nascida para o poder. Na outra banda estamos nós, o povo. Realmente a impotência é uma dura lousa que pretende aniquilar o nosso poder de decisão. Saímos à rua, berramos, luitamos contra a imposição duma monarquia, instaurada no seu momento por uma ditadura, que nos submergiu num longo período de escuridade e carência de liberdade. Porém as nossas razões não importam a um governo totalitário, que trabalha só pelos seus interesses.
"Saímos à rua, berramos, luitamos contra a imposição duma monarquia, instaurada no seu momento por uma ditadura, que nos submergiu num longo período de escuridade e carência de liberdade".
Desde que abdicou o velho rei na segunda, estase a pedir insistentemente que haja um referendum, para pudermos opinar sobre o nosso futuro, mas não existe nem sequer a intenção de contar com o nosso parecer, declinam fazer-nos partícipes duma resolução tão fundamental e que nos afeta tão diretamente. No seu comportamento autoritário não entram estas apreciações de liberdade. O mais desesperante é ter a certeza de que todo vai a continuar igual, a pesar de que há uma grande maioria do povo, que não entende o papel duma monarquia na atual sociedade. Pero sim sabe, que o processo de entronização do novo rei , vai ser a toda urgência e aleivosia.
O certo, é que tal como se presenta. Não vexo que haja uma notória diferença entre o entronizamento do pai e o do filho. Pois a pesar de viver numa suposta democracia, na realidade, não nos vai quedar outra que aturar 20.000 anos mais uma monarquia. adquirida e mantida à força. Sem a aceitação maioritária do povo.
"O mais desesperante é ter a certeza de que todo vai a continuar igual, a pesar de que há uma grande maioria do povo, que não entende o papel duma monarquia na atual sociedade".
Despois dum reinado de 39 anos jubila-se, com uma grande fortuna pessoal. Isso semelha que ser rei é um choio!. E agora deixa-nos, impondo-nos ao seu herdeiro.
A mim o que não me quedam claras, são as funções dum rei. Aparte de matar elefantes e outras atividades, só previstas para “famílias de rancio abolengo”. Ben, será que a minha condição de pobre proletária impede-me ter um conhecimento exato desta classe privilegiada. Mas, sim tenho a certeza de que a sua existência, não vai a melhorar as minhas condições numa sociedade imperada pelo classismo e o imperialismo feroz. Pois num país no que os dereitos mais fundamentais são vulnerados, estas instituições não fazem outra cousa que empobrecer-nos. Mais uma vez, a colonização segue o inexorável caminho da opressão.