Opinión

Banquetes

[Nemésio Barxa]

Há pouco celebrava-se, e deu conta este diário, o aniversário do Banquete de Conxo (02.03.1856), um dos fitos históricos fundacionais do galeguismo, promovido por Aurélio Aguirre, de confraternidade entre as diversas classes sociais da época. Pensei em outro banquete muito mais recente e bastante esquecido, o do Hotel Roma, em Ourense, o 25.07.1966, em plena ditadura, infiltrados pola Polícia como os de Conxo estiveram rodeados do Exército, numa manifestação massiva e interclassista de galeguismo.

Na luta contra o encoro de Castrelo de Minho, que arruinou um viçoso vale e seus habitantes (como pretendem agora com Altri em Palas de Rei) manifestou-se a solidariedade do povo galego e mais de 250 pessoas de toda idade e condição social, com labregos da comarca de Ribadavia, acudimos ao banquete com a intelectualidade galega ao frente e presidido por Otero Pedrayo, prova de unidade galega e de rejeitamento contra a barragem, entre berros de "Galiza Ceive", apaixonados discursos de Blanco Amor, Celso Emilio Ferreiro (também homenageado), Dom Ramon (que qualificou Fenosa de "feudalismo elétrico") e a resenha na Hoja del Lunes, "que los repetidos recordatórios al valle de Castrelo, condenado a ser sumergido bajo las aguas, fueron un grito unanime".

Comentarios