Opinión

Posverdade

[Nemésio Barxa]

Ordenando livros da minha biblioteca para sucessivas entregas á Biblioteca Municipal de Viana do Bolo fago descobertas curiosas de uns lidos e outros sem ler e incluso escolhidos no seu dia e depois esquecidos entre vários milheiros. Chamou-me a atenção um deles, relido e sublinhado, do prof. Uval Noah Harar, 21 lições para o Seculo XXI, que dedica um capítulo á posverdade no que assegura que os humanos sempre viveram na época da posverdade pois o homo sapiens é uma espécie da posverdade cujo poder depende de criar ficções e crer nelas. Só assim se explica que milhões de pessoas tenham crido, durante milhões de anos, que Eva foi tentada pola serpe, que as almas dos infiéis ardam no Inferno, ou que o criador do Universo não goste de que um bramham se case com uma intocável, sem prova alguma empírica. Algumas notícias falsas duram para sempre, se mil milhões de pessoas acreditam nela durante mais de mil anos, é uma religião. Se os que acreditam são mil pessoas durante um mês é uma notícia falsa. A Bíblia segue a fazer felizes a milhões de milhões de pessoas, mas se não é ficção, que podemos fazer com o Corão, o Livro dos Mortos, o Talmude, o Livro do Mórmom, os Vedas…, e de cada um deles em relação com os outros? todos considerados verdadeiros polas suas legiões de seguidores.

Nos últimos tempos muito dano tem feito a posverdade alimentada por políticos e imprensa, pois ainda que alguns diários fazem um esforço para encontrar a verdade, outros som máquinas de lavar cérebros.

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