O poeta sírio Adonis apresenta a sua primeira antologia traduzida para o português 

O poeta sírio Adonis (Qassabin, 1930) esteve em Lisboa na sexta-feira, 11 de novembro de 2016, para apresentar a antologia O Arco-Íris do Instante, no âmbito do Lisbon and Estoril Film Festival

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Adonis foi várias vezes apontado para o Nobel de Literatura e agora poderemos gozar da sua escrita por meio da primeira antologia poética publicada em português em Portugal, O Arco-Íris do Instante, editada pela D. Quixote e com prefácio assinado pelo escritor e ensaísta português Nuno Júdice (Portimão, 1949), responsável da seleção e tradução dos poemas. Também se publicou recentemente em Portugal outra obra sua, de índole ensaística, intitulada Violência e Islão (Porto Editora), um conjunto de entrevistas de Adonis e Houria Abdelouahed, quem também participou na apresentação de Lisboa na sexta feira. 

Considerado um dos grandes poetas contemporâneos, Adonis é o pseudónimo de Ali Ahmad Saïd Esber, autor de mais vinte títulos, editados originalmente nas línguas árabe e francesa e centrados em poesia e ensaio, junto com algumas traduções. O autor sírio já foi galardoado em várias ocasiões, entre eles, com o Prémio Goethe, o Spiros pela Liberdade de Expressão, o Bjornson e o Nâzim Hikmet. 

Reza Nuno Júdice na introdução da antologia O Arco-Íris do Instante que a poesia de Adonis “tem a força expressiva que pude admirar nas leituras que o ouvi fazer dos seus poemas, mas se esse aspecto associado à vertente oral da poesia árabe se perde inevitavelmente em qualquer tradução, o que permanece é o pensamento que nela se transmite e também uma forma por vezes narrativa, decorrente da sua inscrição quer na linha ocidental que vem de Baudelaire a Perse, por um lado, e de Rimbaud ao surrealismo, por outro lado, quer numa corrente esotérica que o leva a interrogar a própria língua e os conceitos profundos do ser humano.”
 

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