A Carlos Calvo prendérono en Vigo en setembro e fica desde aquela encarcerado baixo unha acusación indiciaria de depósito de explosivos e pertenza á organización Resistencia Galega. Malia teren transcorrido xa catro meses, o segredo de sumario segue vixente e renóvase mes a mes para este procedemento, en que tamén estaría imputado Xurxo Rodríguez Oliveira.
O avogado dos dous independentistas presentou un recurso na sala do Penal da Audiencia Nacional española ao entender que se está a vulnerar o dereito de defensa. O tribunal español non se pronunciou aínda. Carlos Calvo é xornalista, colaborador de cabeceiras como Novas da Galiza ou Galiza Livre. En Sermos Galiza ten publicado máis dun artigo de opinión enviado desde o cárcere. De seguido reproducimos o texto íntegro asinado por Carlos Taibo en que pide a súa posta en liberdade e a d@s outr@s oito pres@s.
Sospeito que os conhecimentos que acumulamos no passado têm pouco relevo para compreender o que agroma nestas horas. Se algum deles nos serve é a lembrança do que aconteceu na Alemanha hitleriana há oitenta anos. E não estou a pensar agora no que defendem hoje ultramarginais grupos neo-nazis. Penso, antes bem, na realidade, cada vez mais tangível, de como os grandes poderes políticos e económicos, conscientes da escassez que se adivinha, parecem dispostos a ficar com esses recursos escassos e a alentar, para isso, um ativíssimo e militarizado darwinismo social.
E é que tenho a impressão de que nos encontramos ante as primeiras manifestações claras dessa conduta. Assumem, se assim o queremos, três modulações. A primeira é a invenção cristalina, amiúde estrambótica, de presumíveis condutas delitivas. A segunda é a demonização pública dessa condutas inventadas. A terceira, enfim, fala-nos da repressão direta dos protagonistas.
Não há que viajar muito para identificar a pegada desses três inapresentáveis fenómenos que venho de mencionar. Aquí, entre nós, na Galiza é fácil perceber nestas horas -o fenómeno, bem é certo, não é novo- uma arrepiante invenção de condutas delitivas, que curiosamente não tiveram concreção material nenhuma, uma demonização assentada na manipulação mais grosseira e, para terminar, o desenvolvimento de níveis de repressão que obrigam a concluir que os serviços de ‘segurança’ precisam com urgência tarefas que permitam justificar a sua existência.
Por isso nada é mais importante nestas horas que demandar a liberdade imediata, e sem cargos, de Carlos Calvo e dos outros companheiros que padecem os efeitos dessa nova repressão que vai crescendo. E já não só por eles: também por nós.
(Texto tirado do bloque De volta para Loureda, impulsado pola Rede de apoio a Carlos Calvo)