Segundo os dados tornados públicos esta sexta feira pela ONU (Relatório do Observatório da Emigração), Portugal seria de entre os estados da UE o segundo (o primeiro é Malta) mais atingido pelo êxodo migratório. Em 2015 residiam fora de Portugal 2,3 milhões de pessoas.
A taxa de emigração de Portugal é 22,3 por cento (22,3 por cento da sua população fora do país), o que coloca o país luso muito por cima dos Estados centrais da UE (Reino Unido, 7,6 por cento; Alemanha, 5 por cento; França, 3,3). O surpreendente fecha-cancelas desta classificação é o Estado espanhol, com 2,7 por cento.
Em termos qualitativos, a emigração de portuguesas e portugueses atinge cada vez mais os segmentos da força de trabalho do país mais qualificada.
Destarte, a evolução é muito significativa. No período, 2000-2001, apenas 6 por cento das pessoas portuguesas na emigração tinha estudos superiores. Essa cifra saltou até alcançar 62 por cento no biénio 2010-2011, último período estudado pela ONU.
O Reino Unido e a França continuam a serem os destinos preferidos pelas portuguesas e os portugueses à hora de mudarem de país, com 32.301 e 18.480 saídas em 2015, respectivamente.
É de ressaltar que a vinda ao Estado espanhol também está a experimentar um crescimento notável, com uma chegada em 2015 de 6.638 pessoas.
Quanto à lusofonia, o país que recebe mais emigração portuguesa é com muito Angola, uma potência petrolífera emergente na África, com 6.715 saídas face as apenas 1.294 rumo ao Brasil.