ONU compara avanço do EI em Kobane ao massacre de Srebrenica

Continua o assedio do Exército Islâmico sobre Kobane, o massacre da população curda, com absoluta cumplicidade por parte de Turquia, isto é, da NATO.

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Vocês lembram-se de Srebrenica. Nós nunca o esquecemos e nunca nos perdoámos por aquilo”, disse Staffan de Mistura, o enviado especial da ONU para a Síria, após as notícias da tomada do quartel-general e de mais de metade da cidade curda de Kobane, que integra a Região Autónoma de Rojava, junto à fronteira com a Turquia. “Todos devem fazer o que puderem para impedir isto”, apelou o diplomata, citado pelo Guardian, em declarações aos jornalistas esta sexta-feira em Geneva.

“Quando existe uma ameaça iminente para civis não podemos ficar calados”, concluiu o enviado especial da ONU. Mas até agora não há sinais de que a população que permanece em Kobane possa receber a ajuda que pediu ao mundo nos últimos meses: armas e munições para se defenderem do cerco montado pelo Exército Islâmico à cidade libertada pelas Unidades de Proteção Popular curdas em julho de 2012.

A repressão turca das manifestações curdas nesta semana fez mais de 30 mortos

Na Turquia, o presidente Erdogan continua a recusar qualquer intervenção para repelir o EI. O seu partido AKP foi acusado pelo ODP, partido ligado à luta da população curda, de ter “laços económicos e militares” com o Estado Islâmico e interesse político em atacar a experiência de governo autónomo da população curda na região de Rohava e ao mesmo tempo aprofundar a guerra civil na Síria.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o ODP denuncia ainda o clima de “guerra civil” montado pelo governo turco, com o apoio da polícia e de milícias armadas, em ataques contra as manifestações de solidariedade com a resistência de Kobane ao EI. A repressão das manifestações nesta semana fez mais de 30 mortos, sobretudo nas regiões do sudeste, de maioria curda.

Na fotografia, refugiados de Kovane tentam entrar na Turquia e são mantidos a distância pelos soldados turcos

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