Tsipras reforça apelo à maioria absoluta

O líder do Syriza apelou aos eleitores para darem a força necessária para que o próximo governo não fique refém dos partidos da troika.

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A campanha grega entrou na reta final e o Syriza surge destacado nas sondagens com quatro pontos de vantagem face à Nova Democracia. Na véspera do comício de Atenas, Alexis Tsipras voltou a falar para um pavilhão cheio em Patras, onde deixou um apelo a que o Syriza consiga obter uma maioria forte que lhe permita governar sem depender dos partidos e das figuras que têm governado o país.

“Não pedimos um cheque em branco, mas sim um mandato claro e forte para implementarmos o Programa de Salónica”, afirmou Tsipras, referindo-se às medidas económicas do Syriza para travar o desastre humanitário na Grécia. Tsipra acusou os oligarcas e os representantes da troika de quererem tornar o seu partido num refém dos partidos que subscreveram os memorandos, se ficar dependente de acordos políticos para formar governo.

“Não governaremos com a troika”, promete Tsipras

“Um Syriza autónomo significa uma Grécia forte e um Syriza forte significa uma Grécia autónoma” para ter mais força nas negociações com a troika, defendeu Tsipras. “Não governaremos com a troika nem aceitaremos quem represente as opiniões da troika no nosso governo”, prometeu Alexis Tsipras, respondendo assim às palavras do líder do PASOK e nº 2 da coligação de governo.

Com o partido em queda livre nas sondagens, Evangelos Venizelos disse esta quarta-feira estar disposto a apoiar um governo do Syriza. Mas Tsipras deixou claro em Patras que quer ver a Grécia virar a página dos políticos do passado, referindo os casos de corrupção com subornos da Siemens e dos fabricantes de armamento alemão em que estiveram envolvidos e foram condenados ministros do PASOK.

Boa parte do discurso serviu para Tsipras apresentar as medidas concretas do seu “Programa de Salónica”, mas não deixou sem resposta a campanha do medo do principal adversário, o primeiro-ministro Samarás, que afirmou na terça-feira que “não nos vamos transformar num soviete, o comunismo não vai ganhar”. Na véspera, o seu ministro da Saúde e ex-dirigente do partido de extrema-direita LAOS, tinha recorrido à retórica da guerra civil grega do pós-II Guerra Mundial, dizendo que é preciso defender por todos os meios “os valores da nação, religião e família”, um dos principais slogans da ditadura dos coronéis.

Info tirada de Esquerda.net

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